Sinais de que você está numa roubada
Cheios de boa fé, buscadores fazem contato com mestres/sacerdotes/matriarcas que se colocam como detentores de conhecimento ancestral, intermediários dos Antigos Deuses, pessoas cheias de bondade que só estão interessadas a ensinar magia àqueles que os buscam.
Seria lindo se fosse verdade, não? Infelizmente, na grande maioria dos casos, o que acontece é que ou os mestres leram dois ou três livros e se dão títulos espalhafatosos, ou fundam tradições e círculos para abastecer seu ego e sua vaidade, ou apenas querem brincar com a vida dos buscadores como se estes fosse bonecas – e quando enjoar, jogá-los de lado.
Quantas vezes no caminho mágicko não ouvimos histórias sobre pessoas que foram exploradas, abusadas, e enganadas por figuras religiosas/bruxescas que prometeram mundos e fundos em questões de poder, aprendizado, ou iluminação e no final tudo que queriam dos seus “iniciados” era que acreditassem em suas loucuras, dessem seu dinheiro, ou uma trepada fácil? Em alguns casos, acusações de estupro pairam sobre figuras que usam festivais celtas de fertilidade como sua edição particular de Brasileirinhas.
Pois é.
Frequentemente abusadores, estelionatários, manipuladores, mentirosos e bullys fingem ser bruxos/magos/sacerdotes e os incautos, inexperientes e inocentes acabam caindo em suas garras. Pensando isso, nós do GCA pensamos em compilar uma lista de sinais que podem indicar que você não está caminhando para nada além de uma roubada, uma possível vítima de um estelionatário (na melhor das hipóteses), ou de um abusador, quando você encontra uma ou mais das situações abaixo. Claro que a lista não é exaustiva, e seus olhos bem abertos são a maior arma que você terá, e lembre-se: Se não se sente à vontade, não faça.
O Grupo/Círculo/Ordem/Tradição pode ser uma roubada imensa quando:
- Seus líderes só têm relacionamentos próximos com membros, e exigem lealdade e juramentos de todos, em especial de indivíduos vulneráveis, como jovens ou pessoas que lutam contra enfermidades mentais (inclusive ansiedade e depressão);
- Fazem iniciações não consensuais ou usam de pressão psicológica para que seus membros sofram “iniciações”, mesmo quando não se encontram prontos para tal;
- Seus líderes são completos Joselitos, não possuindo limites nem noção de respeito, privacidade, e educação;
- Dependem exclusivamente do aval dos líderes para confirmar as experiências espirituais/mágickas individuais de seus membros;
- Possuem uma hierarquia ou estrutura que exige intimidade física, ou doações financeiras para a progressão no caminho.
- Seus líderes tentam controlar a vida de todos ao seu redor (como “mães” ou “facilitadoras”);
- Fazem questão de bater na tecla que o caminho que oferecem é o único caminho certo.
- Empregam magia não consensual, ou exigem que os membros cedam tudo aquilo que os líderes quiserem;
- Exigem todo tipo de informações confidenciais que não sejam relacionadas à iniciação ou à saúde do membro para fins de primeiros socorros;
- Forçam a barra para obrigar uma conformidade de gênero dentro da sua prática mágicka;
- Usam a magia como um substituto para a assistência médica, terapia, etc.
- Tem líderes que se baseiam exclusivamente neles mesmos como o único modelo correto e virtuoso para a prática mágicka;
- Obrigam os membros a terem relações românticas ou sexuais entre si, ou exigem o rompimento de relações com pessoas fora do grupo;
- Estão muito mais focados em “mensalidades” ou “metas de doação” do que no ensino, prática, clima do grupo, etc.
- Usam táticas de intimidação e medo para manter membros sob controle, através de um discurso de que os membros só devem confiar nos líderes ou membros mais avançados do grupo;
- Exigem que os membros participem de atividades ilegais
- Os seus líderes querem ser tratados como “Deuses vivos” exigem ser venerados como requisito para a progressão.
- Qualquer abuso físico ou sexual ocorra, ou aliciamento promovido ou aceito de qualquer forma pelos líderes ou membros
- Empregam chantagem e medo como ferramente para que os membros não se desliguem do grupo
E você, conhece alguma história de abuso?
Advogado, tradutor, carioca, 48 anos e morador de São Paulo. Há quase vinte anos atrás, sacerdotes e sacerdotisas me levaram para um templo entre mundos e me trouxeram de volta à vida – desde então, entre o staccato dos trovões, o tilintar de taças e um coral de risos eu faço meu ofício e desempenho meu papel entre os filhos dos Deuses Antigos.