Dos sussurros
Revisitando um email a uma dedicada de 2014, achei um pedaço interessante que merece ser publicado. Conversávamos sobre quanto nossos pensamentos são realmente nossos e quanto podem ser “transmitidos” para nossa mente de uma outra fonte, e para viabilizar a conversa chamavamos de “sussurros” os pensamentos não “originais”.
Falando da natureza dessas transmissões, a primeira coisa que é importante estabelecer é como é tênue a nossa percepção, quando falamos de presenças não-físicas.
Nem tudo que “ouvimos” é com os ouvidos (espíritos não possuem pulmões) e nem tudo que “vemos” é com os olhos (espíritos não refletem luz). Desta maneira, os sussurros podem até não ser vocalizados, mas continuam a ser sugestões dadas em maneira sutil, para que não sejam percebidos por outros – por isso emprego a palavra “sussurro”e não pensamento.
Temos a infantil noção de que por se “originam” em nossa cabeça, e que os pensamentos são “nossos”. Nem sempre. É como dizer que tudo que está no seu quarto é seu e foi você quem colocou lá, quando a maior parte das pessoas deixa a “porta” destrancada.
Ou, é como dizer: não pense em um hamster dançando conga, de sombrero.
Aposto que você pensou 😉
O pensamento não foi seu, foi plantado por pontinhos de luz em uma tela. É como bater no joelho no consultório do médico e o reflexo do chute em seguida. Basta saber como fazer, e muitas presenças o sabem; se utilizando disto da mesma maneira que ordenhamos vacas, abatemos frangos, plantamos milho e etc.
Estar em guarda é observar tudo, especialmente a si mesmo.
Advogado, tradutor, carioca, 48 anos e morador de São Paulo. Há quase vinte anos atrás, sacerdotes e sacerdotisas me levaram para um templo entre mundos e me trouxeram de volta à vida – desde então, entre o staccato dos trovões, o tilintar de taças e um coral de risos eu faço meu ofício e desempenho meu papel entre os filhos dos Deuses Antigos.