Grandes Mentiras de Hybrazil
Era uma vez dois bruxinhos
vivendo no faz de contas dos livrinhos
Seus nomes eram Morgana Kali Darkshadow e Lord Cernunnos Apolo
Só se vestiam de preto e camiseta de banda
Queriam viver em perfeito amor e confiança
Só não sabiam o que isso significava
Os evangélicos provocavam sua ira
Pois pelas sombras é que se liga
e pra fé ser boa tem que atacar a do outro
Mas como eram muito bruxos
Só sabiam feitiços que copiavam de livros
E só era bom de quem era famoso
Mesmo que tivesse antes falado de anjos
Ou nunca tivesse sido iniciado
Faziam coro ao que todo mundo sabia
Que a wicca é uma fé ancestral
que a putaria era sagrada
que venerar deusa malvada que era legal
e resolveram espalhar
As grandes mentiras de Hybrazil
A primeira era que a Deusa é amor e perdão
(peraí, é um Jesus de saias?)
Que pra se organizar tinha que ter uma Igreja
em que só eles mandavam
(Peraí, onde foi que já vi isso?)
Diziam que todos eram irmãos
(Mas era só virar as costas que começava o disse me disse)
O pastor era errado e crente era tudo pato
(mas pra se iniciar tinha que pagar)
Na terra dos dois todos eram vegans e verdes
(mas usavam nylon e celular)
Davam share em imagens de bichinhos pra adotar
(Mas dois reais pra ração não podiam dar)
Continuava a lista das Grandes Mentiras de Hybrazil
Perdoar e ter valores é coisa de Cristão!
(Ué, eles patentearam?)
Cernunnos é Gay !
(Peraí irmão, você anda confundindo os chifres)
Sou tão importante que sofro ataque mágico!
(Será essa sua única atenção?)
Minha vó era Wicca!
(E lá vamos nós outra vez)
E assim ficaram os dois, repetindo tanto
até que virasse verdade
E ficassem com cabelos grisalhos
E todos os outros repetissem sem pensar
Afinal, são elders
(são mormons?)
Sátira baseada na excelente música do Gabriel o Pensador, “Grandes mentiras do Brasil”.
Advogado, tradutor, carioca, 48 anos e morador de São Paulo. Há quase vinte anos atrás, sacerdotes e sacerdotisas me levaram para um templo entre mundos e me trouxeram de volta à vida – desde então, entre o staccato dos trovões, o tilintar de taças e um coral de risos eu faço meu ofício e desempenho meu papel entre os filhos dos Deuses Antigos.
Muito bom este blague! Sensacional! Parabéns ao autor, está demais!