Das prioridades
As ações expressam as prioridades – Mohandas Gandhi
Quão fácil nesta época é abrir a boca e prometer. Prometer com a facilidade de beber um café ou comer um pão com manteiga. Prometer, sem se perder um segundo para se avaliar a própria capacidade em cumprir o dito. Talvez Maquiavel se divertisse com o triunfo de sua doutrina, que é tão bem expressa ao se dizer que “a promessa é a necessidade do passado e deve ser quebrada perante a necessidade do presente”.
A palavra erodida e eivada de veneno é incompatível com os homens e mulheres que, sendo instrumentos dos Deuses, emprestam seus pés, mãos, coração, boca e espírito para que sua obra seja feita. Especialmente quando tal palavra é voltada a compromissos feitos com os próprios Deuses.
Não porque tais Deuses espelhem a bipolaridade mesquinha e ciumenta tão comum às deidades semíticas – os Deuses não se incomodam com a humanice praticada por seres humanos – mas quem se fere e adoece, neste caso, são os próprios homens e mulheres.
O senso de prioridade, já diz o nome, é tudo aquilo que se coloca em primeiro lugar. E não existem “vários primeiros lugares” – o valor é absoluto.
Não há de se julgar aqui, nunca, o valor que cada Pagão dá ao percorrer do caminho. É tolice sem tamanho deitar-se sobre o subjetivo e o imaterial e querer sopesar tais valores como quem mensura um quilo de arroz. No entanto, deve-se lembrar que embora cada Pagão tenha seu passo e seu tempo, o apreciar do caminho e a alegria de chegar ao final, ele deva sempre colocar o caminho em primeiro lugar.
E não é com mentiras, covardia, ou preguiça que se caminha.
Advogado, tradutor, carioca, 48 anos e morador de São Paulo. Há quase vinte anos atrás, sacerdotes e sacerdotisas me levaram para um templo entre mundos e me trouxeram de volta à vida – desde então, entre o staccato dos trovões, o tilintar de taças e um coral de risos eu faço meu ofício e desempenho meu papel entre os filhos dos Deuses Antigos.
Eu não consigo entender o caminho dissociado da vida. Acho que são uma coisa só. Ao meu ver, caminhar com mentiras, preguiça ou covardia, é levar a vida dessa forma. Não tem como vc durar muito tempo em pé se esses forem os seus apoios, as suas verdades.
Ser verdadeiro consigo mesmo em primeiro lugar e não deixar de andar, não importando qual caminho vc decida seguir. Ele vai ser tão bom e tão rico o quanto vc ousar caminhar nele.
Acho que o primeiro compromisso que se assume, quando decide-se caminhar no caminho dos Deuses, é consigo mesmo. Honrar o compromisso feito com eles, é sobretudo honrar a si mesmo, suas escolhas e a sua verdade. E aprender a viver com as conseqüências disso. As boas e as más. 🙂